sábado, 17 de maio de 2014

Período Inter testamentário, Deus não estava em silêncio.

Leitura Bíblica: Gálatas 4.4- ...mas,vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei...

Introdução: Muitos cristãos ignoram os acontecimentos do período inter testamentário.
Alguns acreditam que neste espaço de tempo que durou aproximadamente 400 anos entre o livro do profeta Malaquias e o evangelho de Mateus, nada aconteceu de importante, que mereça nossa atenção. Veremos neste estudo, que, Deus nunca deixou de agir na história humana e na história de seu povo.

Situando-nos na História.

Uma das principais razões, para estudarmos o período inter testamentário, é para entendermos que os livros do Novo Testamento, foram escritos para falar, com pessoas que pertenciam à época em que foram escritos. o fato de até hoje, e futuramente também pessoas aprenderem com eles, é prova veemente de sua inspiração divina. Deus sobrou, revelou e inspirou, os homens, para que revelassem a sua verdade.

Eventos importantes que determinaram mudanças na Palestina, aconteceram neste período entre as conquistas de Alexandre o Grande (334-323 a.C) e a destruição de Jerusalém em 135 A.D. Além do mais, Jesus foi um Galileu do primeiro século, portanto, um judeu.

Muitos temas, nomes, seitas, literatura, doutrinas etc... são mencionados no Novo Testamento os quais não aparecem no Antigo Testamento. E precisamos de explicação sobre a sua natureza e como eles vieram a existir. Alguns fatos da história bíblica devem ser lembrados, como: 1- O tempo do Reino unido em que Israel experimentou grande prosperidade sob o reinado de Davi. Foi nesta época em que o templo de Salomão foi edificado. 2- A divisão do reino do Norte, ou Israel, e o reino do Sul, ou Judá, após a morte de |Salomão. 3- O reino do Norte, cuja capital, Samária foi levado, cativo por volta de 722 a.C por Sargão II, rei da Assíria, que destruiu Samária e dispersou os israelitas por terras estranhas, trazendo, outros povos, para ocupar e habitar a região. 4- o reino do Sul, como nação, existiu por mais 135 anos, tendo permanecido fiel às tradições dos antepassados, devido à influência de três fatores, entre outros: da aliança que Deus estabeleceu com a casa de Davi, da presença do templo, e a cidade santa-Jerusalém. 5- O mesmo pecado que causou o desterro do reino do Norte levou Judá para o exílio. O povo desprezou as palavras dos profetas, inclusive perseguindo alguns deles. A queda de Judá, se deu em 587 a.C, sob Nabucodonozor, que os levou cativo. 6- Setenta anos depois, o povo retorna em pequenos levas mas uma grande maioria permaneceu no exílio. São os judeus do exílio, que mais tarde, ficaram conhecidos, como os judeus da Diáspora.

Porque o exílio Babilônico foi necessário? 

Uma das coisas que podemos destacar, é que, o exílio Babilônico, foi muito mais brando, do que o cativeiro do Egito. E bem diferente do exílio dos Assírios. Um dos fatos marcantes deste exílio, é que, os judeus gozavam de relativa liberdade, viviam juntos, e formavam comunidades, e ainda tinham permissão, para edificar casas e cultuar livremente. Eles mantinham o registro rigoroso das linhagens sacerdotais, e passaram a guardar o sábado, neste período. Passaram também a observar a circuncisão e a estudar as leis de Moisés com afinco e dedicação.

O exílio foi necessário por causa do pecado da desobediência, que fez com que o povo voltasse a idolatria.
Na realidade, ele teve, um efeito punitivo e educativo. Foi no exílio, que o povo entendeu a duras penas, que a purificação deveria vir pelo isolamento; e a liberdade, deveria ser alcançada pela submissão política a outros povos, a consagração e a santificação viriam pelo sofrimento.

O ministério dos profetas: Daniel, Jeremias, Ezequiel, Ageu, Zacarias e Malaquias foram exercidos durante o período do exílio e logo depois dele. O exílio,serviu para purificar a religião judaica da idolatria. Neste período também, houve uma grande dedicação a produção literária. Foi a esperança de restauração que os profetas pré- exílicos tanto proclamaram que deu sustentação moral e espiritual ao povo exilado.

Em 70 anos de exílio o povo judeu, foi dominado por nações diferentes.

- Período Medo Persa: Este período teve inicio em 538 a.C e terminou com a conquista de Jerusalém por Alexandre, o grande em 331 a.C. A volta do povo para a Palestina se deu quando Ciro reinava sobre o império persa.

- Período da dominação Helênica (Grego): Os marcos delimitadores deste periodo vão desde a tomada de Jerusalém por Alexandre, o grande, em 331 a.C até a revolta dos macabeus em 167 a.C. Foi quando a influência da cultura grega se fez sentir de forma marcante, sob todo o império Alexandrino. A sua cultura foi amplamente difundida e se desenvolveu pelas cidades dos novos reinos. Depois da morte de Alexandre, aos 32 anos de idade, a Palestina ficou sendo administrada por Ptolomeu, um dos quaro generais de Alexandre.
Durante este periodo, a região teve paz e testemunhou o grande crescimento do povo judeu, principalmente, em Alexandria, como resultado, do livre trânsito entre Palestina e Egito. Foi durante este período, que, a Septuaginta (a tradução do Antigo Testamento, foi feita. Do Aramaico para o Grego).

- Periodo do Macabeus: No ano de 167 a.C, Matias, que era um sacerdote na cidade montanhosa de Modim, recusou-se a sacrificar a deuses estranhos. Seu gesto, marca, o inicio do período dos Macabeus.
Foi um protesto, contra a campanha de Antíoco IV, cujo programa de helenização da palestina, tencionava a destruição dos judeus. Entre os seus muitos atos de crueldade, estava a matança de judeus no sábado.

Estes fatores, ajudaram na explosão de revolta dos macabeus. Um grupo religioso extremamente piedoso, conhecido, como Hasidim, apoiou, de inicio, o programa de Judas Macabeu, filho de Matatias. Mas houve desacordo entre eles quanto ao programa político de Judas. Como resultado desta divisão, surgiram, os Fariseus e os Essênios. Graças aos Macabeus, desde 142 até 63 a.C, os judeus foram independentes.
Neste período também, surgiu o Sinédrio, houve uma separação entre o poder espiritual e o poder político, até então, concentrados nas mãos do Sumo Sacerdote.

- Período Romano: Este período, começa com a tomada de Jerusalém por Pompeu (cerca de 63 a.C) e termina com a revolta de Simão Bar Kochba, em 135 A.D.
Deste período, podemos destacar:  A Pax Romana, que possibilitou a expansão do Cristianismo, à política romana era favorável à religião dos dominados e isso facilitou o crescimento do cristianismo. Foi implementada nesta época, uma reforma agrária. O sincretismo religioso, favoreceu, ao cristianismo, que atendeu a muitos anseios, que as demais religiões não podiam satisfazer. Sob a dominação Romana, o mundo, foi preparado, para receber o nascimento de Jesus Cristo.

Alguns partidos religiosos, entre eles os mais importantes, como: os fariseus, os saduceus, os essênios, os zelotes, os herodianos e os zadoquitas, surgiram também, durante o período inter testamentário.
O Talmude, era a organização da literatura que surgiu neste período. representava o esforço para interpretar o Antigo Testamento visando a aplicação dos seus ensinos às novas situações que o povo teve de enfrentar. Séculos depois, essa literatura organizada veio a ser conhecida como Talmude.

Conclusão: Como vimos, nestes quase 400 anos de história, muitas coisas aconteceram. Deus jamais deixou de trabalhar e preparar ocasião, para que seu Filho, viesse ao Mundo. Em Gênesis 22.7, um jovem chamado Isaque, perguntou a seu velho pai, Abraão: " Meu pai, eis a lenha e o fogo, mas onde está o cordeiro para o holocausto?"
Séculos depois, Já no Novo testamento, depois de tantos acontecimentos, a resposta a esta pergunta, foi dada pelo profeta João Batista, apresentando Jesus: " Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." (João 1.29).
Conhecer este período da história dos judeus. Nos ajuda a compreender o Novo Testamento e sua referência, a vários fatos relacionados aos judeus e a sociedade que recebeu o Salvador, Jesus Cristo.

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