O que a Bíblia ensina sobre "Julgar" os outros?

Leitura Bíblica: Mateus 7.1,2- "Não julgueis, para que não sejais julgados, Pois com o critério (Juízo) com que julgardes, sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também."

Introdução: Este é um assunto polemico no meio evangélico. Para alguns, não devemos nunca questionar a maneira de viver das pessoas. Para as pessoas que agem assim, apontar o erro de alguém, ou questionar alguém por causa de qualquer atitude e inadmissível. Mas, o que a Bíblia ensina sobre este assunto?

O que Jesus ensinou sobre Julgamento?

Quando ousamos apontaràa falha de alguém, seja de uma maneira direta ou através de um sermão, ou qualquer outro meio, somos logos apontados, como pessoas sem amor, santarrão, juízes, fariseus etc.
Mas será que, quem age assim, realmente está errado? Jesus ensinou aos discípulos:Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? (Mateus 5.13- a, 14 -a) - o que Jesus está querendo ensinar nesta passagem? Quando preparamos qualquer alimento, que precisa de sal, ele se torna indispensável. Ou quando necessitamos que um alimento, seja conservado por mais tempo. Também! Ou seja, assim como o sal tem suas propriedades de uso, fundamentais, da mesma maneira, o cristão, precisa fazer a diferença neste mundo. Da mesma forma a Luz: " Vós sois a Luz do mundo: não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte."

O versículo que abre este artigo, tem sido mal interpretado no meio evangélico. Primeiro precisamos entender, qual tipo de julgamento, Jesus condenava. A palavra "Julgar" no Grego, ou no Hebraico, tem um mesmo sentido: Ou seja, não julgue, baseado naquilo que você entende ser o certo, ou não tenha um comportamento contra teu irmão, como se você tivesse a palavra final e fosse melhor do que ele. É neste sentido, que Jesus, condena o julgamento. Então qual o parâmetro? A palavra de Deus. Precisamos ser um povo de discernimento espiritual apurado pela palavra de Deus, sermos sábios, cautelosos e prudentes, senão continuaremos a ver, os escanda-los se sucedendo em nosso meio. Tolerar o pecado é anti-bíblico: Mateus 7.15 a 23 nos dá uma grande lição: 1- Acautelai-vos dos falsos profetas (v 15)- Pelos seus frutos os conhecereis (v 16), Toda arvore boa produz bom fruto, porém a arvore má, produz mal fruto (v 17)- Pelos seus frutos os conhecereis (v 20)- Nem todo o que me diz, Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus (v 21) - Então eu os direis naquele dia: Apartai-vos de mim, nunca vos conheci (v 23)."

Há unica maneira de percebermos, ou detectarmos, pessoas que vivem no erro, é confrontando seus atos, com a palavra de Deus. Ela é e sempre será o nosso parâmetro. Não é exercer o nosso julgamento, baseado na nossa justiça, mas na justiça de Deus. Será que você peca, quando percebe que alguém está vivendo longe da presença de Deus, em pecado, e vai até ela? Vamos ver o que as escrituras ensinam: no capitulo 18. 15 a 17 do evangelho de Mateus, lemos -  sobre quando alguém erra, qual deve ser nossa atitude: Vá até ele (v 15)- Se não te ouvir, leve testemunhas (v 16) - se continuar não te ouvindo, leve ao conhecimento da Igreja (v 17). E ai, isso é julgar? Detectar uma falha, e com Amor, tentar orientar a pessoa, para que saia do erro, é pecado? Claro que não. o que o inimigo de nossas almas, mais adora, e quando somos coniventes com o erro.

Tenhamos sempre em mente, o texto do livro de mateus 7.15 a 20: Acautelai-vos, dos falsos profetas (ou seja, esteja vigilante).

O Espirito Santo, reside dentro do crente.

O Espirito Santo de Deus, reside dentro dos crentes genuínos, portanto, sua presença resultará na manifestação do "fruto do espirito". em suas vidas (Gálatas 5.22, 23). Esse fruto, é a unica maneira visível pelo qual podemos discernir se alguém é salvo (anda na luz), ou se alguém anda em trevas.
Todas as atitudes, sejam nossas, ou do nosso próximo, devem ser sempre, confrontadas, com a palavra de Deus.

Exercer Discernimento Espiritual é exercer julgamento? Uma das definições do dicionário, sobre "Julgar", é formar opinião, juízo, ou avaliar segundo o nosso parâmetro. Ver alguém no erro, e simplesmente ignorar, seja porque motivo for, é um grande equívoco. Não fomos chamados para condenar as obras das trevas? em 1° Coríntios 5, encontramos um quadro gravíssimo que estava acontecendo, dentro da Igreja de Corinto: Certo homem, estava fornicando, com a própria esposa do pai (v 1). A Igreja, se calou, e consentia no erro. Qual foi a orientação de Paulo:  "Entregue ao inimigo, tal homem, para que seja destruído." - (v 5). Será que Paulo estava incitando a violência, ou não se preocupava com a vida daquele homem? Claro que não, mas o pecado, não poderia continuar sendo tolerado pela Igreja - é este o ensinamento." está atitude radical, de desligar o homem da membresia, era uma tentativa, de fazer aquele homem, refletir no seu erro, para que à igreja, pudesse ganha-lo pra Cristo.

Um outro exemplo encontramos em 2° Tessalonicenses 3: Falsos mestres estavam causando um grande reboliço entre os cristãos. Aqueles homens, estavam encorajando o povo a abandonar seus empregos, vender suas propriedades, e pregando a volta de Cristo. Qual foi a atitude do apostolo Paulo? Apartai-vos (separai-vos), em nome do Senhor Jesus, destas pessoas que andam desordenadamente e não segundo a tradição (ensinamentos) que receberam (v 6).

Não existe um único versículo se quer na bíblia, que exorte o cristão, a ser neutro ou tolerar o pecado.
Efésios 5.11, diz; " e não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as."

O Discernimento Espiritual, deve ser, ou servir, como nossa "antena, ou radar", para nos ajudar, a detectar o erro. E em Amor, baseados nos ensinamentos do Mestre Jesus, orientarmos as pessoas a nossa, volta a encontrar o caminho, que o conduza à Deus.

Conclusão: Em 2° Timóteo 4.2, encontramos outra orientação, para os pastores e crentes, que repreendam, exortem, com longanimidade e doutrina. A bíblia neste versículo usa, ainda a palavra "redarguir", que significa, "expor" a falha de alguém, não para o mundo, para causar escanda-lo, mas trazer a tona, o assunto (pecado) e ajudar a pessoa, a sair dele. Alguém que conhece a palavra, e que tem intimidade com Cristo, jamais irá expor alguém ao escanda-lo. Antes o ajudará, a se aproximar de Deus. Não podemos, criticar por criticar, ou condenar por condenar, usar nossa justiça para condenar alguém, ou nos comportarmos como se fossemos melhor do que nosso semelhante. Mas podemos "julgar" e condenar as obras das trevas. Como vimos é bíblico. Não é "julgar" para condenar ninguém. Mas, sim, ajudar à pessoa a encontrar Jesus.

Para encerrar, podemos ficar ainda com o texto de 1° Coríntios 6.2-5: " Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá se julgado por vós, sois acaso, indignos de julgar coisas mínimas? Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida! Entretanto, vós, quando tendes a julgar negócios terrenos, constituís tribunal daqueles que não tem nenhuma aceitação na Igreja. Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade (Igreja)?" Como vimos, podemos sim, condenar as obras das trevas (pecado). Não constituindo tribunais para condenação. Mas tratando com Amor a pessoa que está no erro, expondo a ela, a luz das escrituras, como Jesus, lida com o pecado e o condena, Para que ela, não se perca, e seja resgatada das trevas para a Luz.
Anunciar o evangelho, é expor, mesmo que não entendamos a profundidade disso, as obras das trevas. Há unica maneira de não expor as atitudes condenáveis do mundo, é nos calarmos, isso o cristão não pode fazer. Não foi para isto que Jesus nos chamou, antes, Ele, nos chamou, para anunciarmos à sua palavra em todos os lugares. E ajudar as pessoas, a encontra-lo, e também viverem de acordo com o seus ensinamentos. Não tenha receio, ao ver alguém no erro, de ir até ele, e "expor", sua falha a Luz, da palavra de Deus. oriente, ore, abrace, e faça tudo o que estiver a seu alcance para resgatar a pessoa. Se calar, não é atitude de cristão, como vimos, nos exemplos que o apostolo Paulo nos deu. João Batista, e todos os discípulos, bem como, muitos apóstolos e seguidores de Jesus, ao longo da história da Igreja, chegaram ao ponto de perder a própria vida, porque nunca foram covardes e coniventes com o erro. Que possamos ser instrumentos, não de condenação, na vida das pessoas, mas arautos, que anunciam com ousadia a palavra de Deus.