Introdução: Os levitas descendiam de Levi, terceiro filho de Jacó e progenitor de uma das doze tribos da nação de Israel. O nome deles, dava a ideia de unir ou aderir.
Em Números 18.2, Moisés fez um jogo de palavras com o verbo "unir" em suas instruções ao levitas. De acordo com o texto deveriam se juntar ao serviço de Arão, o qual era também levita, para a administração do Tabernáculo (Nm 18.6; Ex 38.21). No compromisso inicial deles, de preservar a santidade no acampamento, eram visto como o epônimo, no zelo para com Deus (Ex 32.27,28; veja Gn 34.25-30; 49.5).
Porque foram separados para o serviço?
Assim como Deus reivindicou todos os primogênitos em seu juízo sobre o Egito, na noite da Páscoa, solicitou todos os primogênitos de Israel para seu serviço (Ex 13.2). O meio entretanto, para efetivar o desejo divino, foi a escolha de toda uma tribo para este fim (Nm 3.12). Por isto os levitas não receberam herança tribal, pois o Senhor seria a herança deles (Dt 10.9). Pelo contrário, por meio dos dízimos e das cidades que receberam em toda a nação, sobreviveriam, sustentados diretamente pelas mãos de Deus (Lv 27.32; Nm 18.21,24; 35.1-8). Os levitas não agiriam estritamente como uma classe clerical profissional mas como representantes de cada família de Israel.
Haviam três classes de levitas. A identidade mais ampla pertencia aos designados "levitas". Inicialmente, constituía-se de todos os membros da tribo, e suas responsabilidades gerais relacionavam-se ao Tabernáculo (Nm 3.6). Depois da construção do Templo, sua obrigações foram adaptadas para atender aos cultos, no Santuário (1 Cr 23.24). Dentro da tribo havia os descendentes de Arão, denominados "sacerdotes" (Ex 28.1; 30.30; 40.15). Suas obrigações relacionavam-se com a oferta dos sacrifícios e com o próprio serviço no santuário- isto é, no lugar santo (Lv 1 a 7).
Este privilégio entretanto não era reservado perpetua nem automaticamente para a família de Arão, como se observa quando Ezequiel promoveu os descendentes de Zadoque a essa condição (Ez 44.15,16), devido a infidelidade implícita dos descendentes dele.
Dentro os sacerdotes havia o "sumo sacerdote". Devia ser descendente de Finéias, neto de Arão, e exercia o cargo de forma vitalícia (Nm 25.10-14). Eles vestiam os trajes de Arão (Ex 28), os quais eram um padrão do Tabernáculo, para significar que próprio sacerdote era uma morada sagrada de Deus. Desempenhavam a função especial de fazer a oferta expiatória anual no Santíssimo Lugar, no Dia da Expiação (Lv 16).
Os levitas exerciam seu ministério em duas direções: Em alguns aspectos, representavam o povo diante de Deus; em outros, eram os representantes do Senhor diante do povo.
Os israelitas tinham também a responsabilidade, assim como os levitas, de se manterem como nação santa (Ex 19.5.6). As funções sacerdotais dos levitas eram um paradigma para as pessoas comuns imitar. Assim como os levitas desfaziam qualquer presença impura nas imediações do Tabernáculo da mesma forma o povo de Israel devia impedir qualquer presença impura na esfera de ação deles. Por isto assim como os levitas usavam um cordão azul na roupa (Nm Ex 28.31), os israelitas deviam usar também para se lembrarem de sua função paralela à dos sacerdotes (Nm 15.38).
Conclusão: No Novo Testamento, particularmente no livro de Hebreus, vemos os crentes em Cristo atingir a condição plena do reino sacerdotal (Ap 1.6; 5.10), por meio de Jesus, como nosso Sumo Sacerdote (Hb 7 e 8). O que o sacerdócio levítico nunca faria (Hb 10.4), embora tudo apontasse para Cristo (Hb 9.8,9), Jesus realizou de uma vez por todas e para toda a humanidade (Hb 9.11,12).
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